quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O lado imundo da alegria inconsequente ( Brasil, terra do fodamo-nos)


Eu tenho vergonha de nossa alegria inconsequente, do nosso pão e circo desmedido, do nosso presidente vagabundo, da nossa cidadania capenga. E a vergonha, se não soluciona nada, ao menos tende à dignificação resignada.

Não bastasse um escândalo por dia, agora estamos sujeitos à tirania mais sutil e cruel que fabricamos: o simulacro da comemoração carnavalesca. O já-ganhou do imbecilismo tropical, onde o delírio macunaímico funde-se ao batuque repetido do discurso lationoamericano que insiste em colocar a culpa dos nossos fracassos no imperialismo mundial.

Estamos mal porque somos incompetentes, preguiçosos, acomodados, egoístas e sem memória.

O motoqueiro apressado não sinaliza ao virar, os espertinhos do poder público fazem negócios paralelos, retroalimenta-se a indústria da propina, universidades formam papagaios repetidores do conhecimento ungido.

E não se ofendam, senhoritos e senhoritas. Gastem a sua reação nacionalista com algum impulso mais construtivo: envergonhem-se e tentem votar melhor. Reajam a quem fura a fila, a quem avança o sinal, a quem desrespeita a mínima regra.

Nosso desastre coletivo começa no "foda-se" individual.

Um comentário:

Anônimo disse...

Simplesmente adoro tudo q vc escreve.