sexta-feira, 29 de agosto de 2008

poemasmeus- 8775



Tulipas em uma das mãos,
Tua nuca e cabelos n´outra;
Meu amor come tua boca
Soprando todas as letras lânguidas
Para dentro do teu fundo,
Para o fundo mais de ti;
Meu amor arde tua pele,
Mastiga tua solidão,
Brindando tuas cores de vida;

Minha força é toda a delicadeza
Que mantêm a Terra à Lua;
Como meu errante coração
Orbita
Tua poesia nua,
Faço amor para abraçar mais dentro
Teu todo encantamento,
Que meu verso, tulipantemente,
Por ti flutua.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A procissão.

Antagônica agonia, festa de dentro, fogos e desartifícios, vai o Amor, cansadíssimo, vagando errante entre equivocações bonitinhas. Segue-o, sequitíssimo, a orda multitudinária de gentes e intenções. Observo à beira desse caminho, parado, sozinho, o imenso desfile de gostares e abandonos; o Amor partiu-me, partiu-se de mim e foi-se lá para o desfile soberbo. Olho mesmo, sempre, para o fim da fila imensa: é lá na ponta contrária que ela vem, sem estandarte algum, sem bramido, sem escândalo. Minha amada que vem, virá sossegada nalguma certeza pura: sou eu para ela, como o silêncio que só repousa por cima de poucos lagos com Lua.

domingo, 17 de agosto de 2008

Para você

Ser verdadeiro é assim: eu não faço leilão de mim.

sábado, 16 de agosto de 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

poemasmeus 008

não há cenário para ti;

não saberia desenhar-te

nalgum planeta de cores desconhecidas,

nem poderia repousar-te

nalgum canto

interessantíssimo do mundo;



és a inquisidora dúvida,

deliciosamente,

convencida e lívida;



mordo-me os minutos,

minutos são

minhas horas de pena,

apressa-me o pulso

nesta vida pequena,

senhorita, pequena senhorita

resgata o poeta , respira meu ar,

come da boca que grita;

se não posso-te hoje

aposso-me da escrita,

minha agonia é derramada

por cima de flores secas;



quero tuas dores miúdas

e teu armário imenso,

perder-me em tuas roupas

seria meu delírio imediato;

palavras em desencontros

tu és

a minha avessa;

aparição que amo e beijo

em minhas mentes inquietas;

pousa-te em mim,

adona-te

de minha lentidão

às pressas.

poemasmeus 003



coma um enorme algodão doce,

saia do regime,

redima-se a si mesma, morra de rir,

veja mais girafas de verdade e menos pela televisão,

pule corda, falte hoje à academia, compre aquele sapato caro

e ande descalça no gramado,

respire fundo

mas não deixe nunca

de sentir os perfumes sutis;

enlouqueça de brincadeira, faça caretas pro espelho,

beba um milkshake proibido, morra de saudade

daquele amor lá longe, seja brega por dez minutos,

ouça mais Chavela Vargas, quebre um copo de requeijão na

parede da copa;



e depois de algumas travessuras, travesseiro,

bem fofo e cheirosinho,

que seu encantamento é construído

por suas pequenas alegrias.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

poemasmeus 996






é o encontro
entre a fúria de ondas
e a enorme festa de mil
cores em choque velocíssimo;

leva a vida em mosaicos
de rostos bem-vindos,
amassa saudades,
sua fuga é em lá maior;

tem, no bem,
nenhum mal;

simples:
encanta por não
desejar tanto
encantar tudo muito
a qualquer sempre
quanto.