A academia brasileira, os doutores, mestres e professores, além de boa parte da imprensa, deveriam fundamentar por quê, em um amplo conjunto dos seus membros, elogia-se a falta de formação técnica e acadêmica de Luis Inácio. Parecem ter aquela visão romântico-turística dos gringos que encontram uma certa beleza pitoresca nas nossas favelas, uma síndrome chicobuarquiana de elogio a tudo que é desgraçadamente triste e desprovido do mínimo necessário.
Por mais que teçam odes ao fenómeno do metalúrgico que alcançou a Presidência da República, isso não deveria representar ( e representa, acreditem) um aplauso à leviandade. A falta de leitura compromete a compreensão do mundo real, do mundo concreto. A incapacidade de concatenar substantivos e verbos resulta, mais das vezes, em uma concepção de mundo distorcida, mal elaborada, deficiente no sentido interpretativo.
E não se trata de preconceito, é pósconceito mesmo, constatação pedagógica, verificação dos fatos evidentes, dos constrangimentos públicos, da angústia de intérpretes e diplomatas que em várias ocasiões tiveram que filtrar ou verter para outra esfera as palavras que da boca entusiasmada do ego inaciano decolam.
E todo esse feixe de frases desconexas, desprovidas de sentido ou pior, desprovidas de verdade, cruza a mídia e se plasma em letras, áudio e vídeo pelo planeta.
Cansei-me de ter um governante que prefere ser uma atração circense a ser estadista. Esperávamos um modelo novo de condução estatal, deparamo-nos com uma espécie de cobaia viva que escapou dos laboratórios discursivos das Ciências Sociais.
Aliou-se ao que há de mais nefasto no cenário gris da política brasileira, celebrou impunidades, aplaudiu a esperteza e justificou tudo no pacote da excusa sem caráter> a metamorfose ambulante.
Luis Inacio não incomoda por ser oriundo ( e apenas oriundo pois deixou a classe trabalhadora há décadas) das camadas mais baixas do extrato social brasileiro.
Ele causa náuseas por simplesmente legitimizar o cinismo, elevar as diferenças entre uns e outros e condecorar a ignorância.
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