sobre teu ventre girassóis
dos meus beijos forjados
em brasa e ferro romano;
meu amor é de render-me;
sobre teus ombros as tulipas
dos verões que recolhi de Sevilla,
e meus beijos edificados
por letrinhas e alfabetos;
meu amor é de querer-te;
sobre tua figura,
todo o céu dos meus vermelhos,
e a mansa calma da toscana:
arde-me o limite de toda pele;
quero-te acima dos andes.
Metralhadora giratória, supra-sumo da discórdia, arcabouço da heresia, exercício reflexivo do incomum.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Recadinho para a "mulher para casar".
Machista. Você, mulher para casar, é machista. Tem uma fúria uterina por ser imediatamente mãe. Quer agarrar-se a deusnossosenhor para garantir a felicidade eterna junto a seu suposto amado conveniente. Você acha que a felicidade dirige um audi e que o belvedere é a quintessência da alegria edificada.
Você não quer filhos, quer bonecos. Vai parir uma ninhada de yorkshires bípedes.
Você adora falar dos "valores e princípios", mas deve ser uma fã de filmes de sacanagem nas madrugadas perdidas com sua tv a cabo no MUTE.
Infeliz. Você é, obviamente, infeliz. E, claro, deposita em seu lindo futuro de casada todo o resumo da felicidade possível.
Você não se deixa arder. Leva a vida em banho-maria. Você se acha melhor que as demais. Você certamente diz: " Esse mundo tá perdido".
Perdida está você em seu delírio cor-de-rosa.
Provavelmente, você é corna. Sua mãe e sua avó, coitadas, foram também.
Isso porque seu discurso machista retroalimenta a cornação. Você pede luzes apagadas.
Você vive ( vive?) o presente alabando seu futuro feliz, perfeito e programado.
Você já morreu, porque abortou o amor e exigiu dele um plano frágil, não uma vivência intensa.
E vc deve amar ver o peito cabeludo do jardineiro do seu namorado, porque no fundo da sua alma cristã, há um poço de lodaçal de desejos inconfessos.
Você não quer filhos, quer bonecos. Vai parir uma ninhada de yorkshires bípedes.
Você adora falar dos "valores e princípios", mas deve ser uma fã de filmes de sacanagem nas madrugadas perdidas com sua tv a cabo no MUTE.
Infeliz. Você é, obviamente, infeliz. E, claro, deposita em seu lindo futuro de casada todo o resumo da felicidade possível.
Você não se deixa arder. Leva a vida em banho-maria. Você se acha melhor que as demais. Você certamente diz: " Esse mundo tá perdido".
Perdida está você em seu delírio cor-de-rosa.
Provavelmente, você é corna. Sua mãe e sua avó, coitadas, foram também.
Isso porque seu discurso machista retroalimenta a cornação. Você pede luzes apagadas.
Você vive ( vive?) o presente alabando seu futuro feliz, perfeito e programado.
Você já morreu, porque abortou o amor e exigiu dele um plano frágil, não uma vivência intensa.
E vc deve amar ver o peito cabeludo do jardineiro do seu namorado, porque no fundo da sua alma cristã, há um poço de lodaçal de desejos inconfessos.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
poemasmeus8873
minha língua me arde
e queima o mundo,
chicote de carne, látigo
profundo, flecha certa
contra o enorme muro do óbvio;
minha língua me escapa
e lambe sabores de rareza,
minha língua te beija
carnes e perfumes,
minha língua não reza;
assim no tão longe de tudo
minha língua é aspereza
e te apavora,
minha língua também chora
todo amor guardado dela;
minha língua não foi-se
dar com línguas de quimera;
minha língua diz do amanhã
em quando onde
minha língua doce era.
e queima o mundo,
chicote de carne, látigo
profundo, flecha certa
contra o enorme muro do óbvio;
minha língua me escapa
e lambe sabores de rareza,
minha língua te beija
carnes e perfumes,
minha língua não reza;
assim no tão longe de tudo
minha língua é aspereza
e te apavora,
minha língua também chora
todo amor guardado dela;
minha língua não foi-se
dar com línguas de quimera;
minha língua diz do amanhã
em quando onde
minha língua doce era.
domingo, 26 de julho de 2009
poemasmeus-3328
parece ser
uma densa ventania branca,
a vida e os passos
que erro pelo mundo,
parece ser neblina
de salamanca, tardinha de lucca,
noite plena de marrakesh;
entre olhos, mãos e pulsos
vou-me espalhando em versos
pelo mundo imenso em mim;
assim, sozinho e longínquo,
recolho as palavras mais bonitas
que me são ditas e não ditas,
acolho quereres, frustro ilusões,
destituo os óbvios, arranco cores
dos dias mais duros;
se chegará a amada, que seja no simples,
no árduo,
no incomparável e no brilho.
uma densa ventania branca,
a vida e os passos
que erro pelo mundo,
parece ser neblina
de salamanca, tardinha de lucca,
noite plena de marrakesh;
entre olhos, mãos e pulsos
vou-me espalhando em versos
pelo mundo imenso em mim;
assim, sozinho e longínquo,
recolho as palavras mais bonitas
que me são ditas e não ditas,
acolho quereres, frustro ilusões,
destituo os óbvios, arranco cores
dos dias mais duros;
se chegará a amada, que seja no simples,
no árduo,
no incomparável e no brilho.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Há dias em que o tédio me acampa. Entre uma tradução e outra, nada novo nos textos, nenhuma mensagem interessante, um deserto de idéias. E pessoas, bem..pessoas cada vez mais previsíveis...os cantores do óbvio, as atrizes do desejável comum.
Que hei de fazer eu?
Nada. A contemplação quase budista da fauna humana e sua pouco provável melhoria. Sou feliz com meu arco e flecha, vendo a obra de Goya, degustando os versos do Pessoa.
Sou feliz com um cálice de vinhodoporto.
" Mãozinha, mãozinha...bracinho, bracinho...SAI DO CHÃO!!! SAI DO CHÃO!!!" não me deixam exatamente feliz, os axeísmos da multidão contente e bonita desse brasilzão inaciano.
Assim o tempo passa e os sonhos vão se enterrando em troca de sermos mais sociáveis.
Hoje, especialmente, o flamenco será ouvido e o nonsense momentaneamente ignorado.
Que hei de fazer eu?
Nada. A contemplação quase budista da fauna humana e sua pouco provável melhoria. Sou feliz com meu arco e flecha, vendo a obra de Goya, degustando os versos do Pessoa.
Sou feliz com um cálice de vinhodoporto.
" Mãozinha, mãozinha...bracinho, bracinho...SAI DO CHÃO!!! SAI DO CHÃO!!!" não me deixam exatamente feliz, os axeísmos da multidão contente e bonita desse brasilzão inaciano.
Assim o tempo passa e os sonhos vão se enterrando em troca de sermos mais sociáveis.
Hoje, especialmente, o flamenco será ouvido e o nonsense momentaneamente ignorado.
poemasmeus76665
eu me derramo
sobre o ventre que desenho,
me derramo em letras,
em lágrimas plenas de tudo;
é como regasse eu
o teu jardim absoluto;
eu me derramo forte inteiro
por sobre teu mar de pele mansa,
é como soubesse eu
da tua varanda imaginária
apenas simples;
eu me derramo impiedoso
sobre teu corpo de sede,
tua boca de ares,
tuas pernas de espera:
dá-me o afago de tulipas
enlaçando girassóis.
sobre o ventre que desenho,
me derramo em letras,
em lágrimas plenas de tudo;
é como regasse eu
o teu jardim absoluto;
eu me derramo forte inteiro
por sobre teu mar de pele mansa,
é como soubesse eu
da tua varanda imaginária
apenas simples;
eu me derramo impiedoso
sobre teu corpo de sede,
tua boca de ares,
tuas pernas de espera:
dá-me o afago de tulipas
enlaçando girassóis.
sábado, 18 de julho de 2009
poemasmeus7741
há no litoral
a montanha invertida no fundo
da costa;
é poço da saudade anunciada,
do perfume de ondas e mar
de espera;
eu seria meu salvador de versos,
mas paira sobre os pulsos belos,
muitas cores de paredes infinitas;
a moldura é morena em sangue,
o contorno é de arcos em boca plena;
há na costa o mar e pimenta
de todo o resumo
da beleza dita.
a montanha invertida no fundo
da costa;
é poço da saudade anunciada,
do perfume de ondas e mar
de espera;
eu seria meu salvador de versos,
mas paira sobre os pulsos belos,
muitas cores de paredes infinitas;
a moldura é morena em sangue,
o contorno é de arcos em boca plena;
há na costa o mar e pimenta
de todo o resumo
da beleza dita.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
poemasmeus-992233
vivo em um oco
minuto vastíssimo,
minhas saudades são anteriores
aos enamoramentos,
meus abraços fugidios
acariciam mais sombras e ventos
que o dorso dalguém que me acolha;
quero muito e tanto
ser o mais bemvindo
entre todos,
quero teus beijos
absurdos e doces,
que me leias sem
as letras que as outras
exigiam;
sou pequeno na terra
e enorme por dentro;
minha falta de ti
é meu império romano,
o mapammundi ao revés,
a cordilheira dos andes
de pontacabeça em meus pés;
tem essa dada por quase certeza:
onde me vês chegar
é que por lá
já passei muito antes.
minuto vastíssimo,
minhas saudades são anteriores
aos enamoramentos,
meus abraços fugidios
acariciam mais sombras e ventos
que o dorso dalguém que me acolha;
quero muito e tanto
ser o mais bemvindo
entre todos,
quero teus beijos
absurdos e doces,
que me leias sem
as letras que as outras
exigiam;
sou pequeno na terra
e enorme por dentro;
minha falta de ti
é meu império romano,
o mapammundi ao revés,
a cordilheira dos andes
de pontacabeça em meus pés;
tem essa dada por quase certeza:
onde me vês chegar
é que por lá
já passei muito antes.
terça-feira, 14 de julho de 2009
poemasmeus89065
tenho diante de mim
dois enormes convites redondos,
um é de sal, outro de mel,
duplo salto para o dentro
do fundo fundo encantamento
que se me veio em sabores;
são meus poços generosos
de perder-me nela inteira,
um é de serra, outro de mar,
dueto antimelancolia,
espelham-me a figura
diminuta na vastidão;
tenho diante de mim
dois enormes convites redondos,
um é ida, outro é volta:
ambos são
de resplandecer.
dois enormes convites redondos,
um é de sal, outro de mel,
duplo salto para o dentro
do fundo fundo encantamento
que se me veio em sabores;
são meus poços generosos
de perder-me nela inteira,
um é de serra, outro de mar,
dueto antimelancolia,
espelham-me a figura
diminuta na vastidão;
tenho diante de mim
dois enormes convites redondos,
um é ida, outro é volta:
ambos são
de resplandecer.
domingo, 12 de julho de 2009
poemasmeus663
quisera eu ser teu sétimo véu
ultimíssimo;
dança-me tudo dentro,
move meu ar guardado,
volta e brilha na boca
tua estrela compartilhada;
onde há tempestade de olhos
há amor de semente acolhida;
é assim no ar que vejo:
tem respiros de querência
na fonte esperada de toda
calma nossa.
ultimíssimo;
dança-me tudo dentro,
move meu ar guardado,
volta e brilha na boca
tua estrela compartilhada;
onde há tempestade de olhos
há amor de semente acolhida;
é assim no ar que vejo:
tem respiros de querência
na fonte esperada de toda
calma nossa.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
sake
línguas em profusão vermelha
densa, o universo diminuto
na vastidão imensa
das bocas mansas;
mordo tua braveza errante
para tragar muito
dos teus sonhos enterrados;
minhalma no sakê da tua,
vamos rolando abaixo
pelo chão de estrelas inusitadas;
coloca reticências ao fim do beijo,
toca a lua em meu dorso,
o nascimento do amor
é ébrio, doce e desliza;
que da tua muita falta
seja a minha
presença sentida.
densa, o universo diminuto
na vastidão imensa
das bocas mansas;
mordo tua braveza errante
para tragar muito
dos teus sonhos enterrados;
minhalma no sakê da tua,
vamos rolando abaixo
pelo chão de estrelas inusitadas;
coloca reticências ao fim do beijo,
toca a lua em meu dorso,
o nascimento do amor
é ébrio, doce e desliza;
que da tua muita falta
seja a minha
presença sentida.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
poemasmeus 7221
meus olhos engolem
tuas sombras de dentro;
vou fundo no fundo,
entro, meto, arremeto
invado;
vejo, vasculho, lanço,
esculhambo e arranco;
quando olho, vejo
e constato:
meus olhos são
olhos bem não
convidados.
tuas sombras de dentro;
vou fundo no fundo,
entro, meto, arremeto
invado;
vejo, vasculho, lanço,
esculhambo e arranco;
quando olho, vejo
e constato:
meus olhos são
olhos bem não
convidados.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
poemasmeus 8898
o beijo do reencontro
tem aquilo do mel
já conhecido;
conheço e reconheço aquela
toda boca de falta, que arde,
na latência adiada do peito
vasto;
são línguas que querem dizer-se:
amo-te ainda e agora;
come de mim tuas palavras,
leva de mim tua memória;
o desespero doce
da saudade imensa;
mas ao irmos, amor,
ao longe de nós,
vem o duro golpe;
beijar-te de novo
era apenas
buscar-me no ontem.
tem aquilo do mel
já conhecido;
conheço e reconheço aquela
toda boca de falta, que arde,
na latência adiada do peito
vasto;
são línguas que querem dizer-se:
amo-te ainda e agora;
come de mim tuas palavras,
leva de mim tua memória;
o desespero doce
da saudade imensa;
mas ao irmos, amor,
ao longe de nós,
vem o duro golpe;
beijar-te de novo
era apenas
buscar-me no ontem.
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