sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Tem Paulo que não nasceu pra ser Coelho ( ainda bem )


Paulo Francis faz muita falta.
Fernando Pessoa faz falta.
E a mediocridade, queridos, segue viva e resiliente.

Reinaldo Azevedo seria ministro da casa civil em um governo decente e ético.

Tenho admiração pela pessoa, pelo intelectual e pela coerência de Reinaldo Azevedo. Não, pessoas leitoras, não estou babando ovo. Ele não precisa disso, nem eu. A questão é que, mesmo nas diferenças (ele é católico, eu sou agnóstico rebelde), a indignação que ele destila em seus escritos é, no mínimo, elegantemente inteligente.

Aí vêm os conhecidos que amam ler o Diplô e a Carta Capital e me dizem que Reinaldíssimo é de direita, reacionário, blábláblá.

Que preguiça.

Ele é democrata, coerente e lúcido. Ele poderia ser ministro da casa civil se tivéssemos no futuro um presidente decente.

E, assim como eu, liquidificou Arnaldo Antunes e Gerald Thomas.

Viva o Reinaldo. Leia o Reinaldo.

Se for pra discordar de alguém, que seja dele. Mas tente ter a mesma coerência e elegância.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

ONU x esquerdinha tupiniquim ( foi-se o mito que somos uma terra pacífica)

Brasil é corrupto, violento e racista, diz relatório da ONU

Conclusão faz parte do primeiro raio X completo sobre a situação dos direitos humanos no País


Leiam mais a respeito aqui> http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac130939,0.htm


Não sou eu que sou pessimista, são as pessoas que amam uma ilusãozinha tipiniquim, regada a caipirinha, carnaval e muito créu. A ONU, que muitas vezes troca os pés pelas mãos e autoriza o inautorizável, prestou-nos, finalmente, um favor.

É divertido.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Fidel e o Latifúndio Sauipeiro

Fidel Castro é o Don Quijote às avessas, ditador de sonhos impostos, mentecapto caudilhista ilhado, resto, lixo, escombro do pop-guevarismo romântico.

Mas foi esperto.

O papai de Fidel era latifundiário.

Fidelzinho apenas ampliou o latifúndio e deixou a escritura da ilhota pro irmão.

Anotem aí, o futuro de Cuba é virar uma enorme Costa do Sauípe meia-boca, uma espécie de Jamaica piorzinha, com direito a visitas ao mausoléu del comandante e compra de charutos no devido formato para quem aprecia boquete intelectualóide no esquerdismo cucaracho.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

O Mito do verão no Sudeste Brasileiro

Um troço que normalmente enche o saco de quem prefere ler a escutar funk em alto volume dentro de carros apertados são os movimentos sazonais de histeria coletiva.

Usualmente, no Brasil, quase todos os feriados que somam mais de 3 dias de possibilidades de ócio se transformam rapidamente num balacobaco de estradas lotadas, praias cheias e hotéis idem, porque, afinal, a histeria coletiva normalmente obriga o cidadão a sentir-se feliz, por mais que ela ache esses tumultos solavenqueiros uma verdadeira merda.

Bom.

Um desses movimentos sazonais de histeria coletiva é o tal do verão. Coincide também com as férias escolares e arma-se a enorme mentira, esse papo besta de que verão é tempo de sol e praia.

Verão no sudeste brasileiro tem calor, mas tem chuva, muita chuva, tempestades, tormentas, ventos esquisitos.

Verão no sudeste é horroroso. Tem surto de dengue, estradas interditadas, barrancos que despencam e mar com ressaca.

Mas, claro, é furada divulgar algo que atente contra o mito...então, lança-se o papinho de que você, pessoa leitora, tem que ir pra praia e ser feliz, afinal, é verão.

O verão e a sensação dele são edificados na mentira histérica do coletivo tropical.

Pois eu acho mesmo que o melhor a fazer é recolher seus bagulhos e visitar Salzburg. Ou então, visitar um lugar que tenha verão de verdade.


Se não, verão a ver, navios. Ora pois.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Prefiro Garfield que Marilena

Leiam abaixo a excelente resposta que meu post em defesa do livre pensamento gerou no blog Clausewitz com Limão. Volto depois.


Não leia porque não sou Millôr
Todos nós nascemos livres para pensar o que quisermos. De fato, em alguma medida, macacos, cachorros e alguns outros animais também são dotados da capacidade de pensar. Conheço homens que conseguem pensar menos que meu cachorro de estimação ou que o famoso Amin, do zoológico de Belo Horizonte.
O homem criou um locus de pensamento desde os primórdios de sua história e este locus foi a academia e/ou liceu, onde algumas pessoas, inclusive nomes como Millôr Fernandes, frequentou. Talvez não tenha obtido titulações das mais altas e talvez não precisasse disso mas, com certeza, figuras como o acima citado, podem ter sido orientados, educados, tocados pelo pensamento de algum ph "alguma coisa". Será que este mesmo indivíduo não aprendeu nada com algum ph "alguma coisa"?
O mendigo do documentário "Do outro lado de sua Casa", que se intitula auto-didata, é menos importante que Millôr, ou eu? E Millôr, por acaso, vale mais que 10 mil "deu"?
Leviandade é desmerecer o esforço de algumas pessoas que dedicam sua vida à ciência, que se diferencia das demais formas de conhecimento somente pelo método. Não somos representantes da verdade absoluta e inquestionável, até porque ela mesma não existe, assim como não são os pastores, nem os colunistas, ninguém e muito menos o senhor.
Engraçado é o que esta rejeição aos acadêmicos provocou na sociedade brasileira. Enaltecem-se pseudo-intelectuais, estes que afirmam e não demonstram em jornais de referência nacional. Muito bom, posso falar a vontade e o que quiser e não preciso demonstrar nada. Enaltecem-se colunistas, cuja preocupação está em erudizar aspectos mais triviais do cotidiano. Enaltecem-se celebridades efêmeras, atletas e outras milhares e milhares categorias de pessoas, enquanto os acadêmicos são... acadêmicos, teóricos...humpf.
Separam-se os mundos. Nós, ph "alguma coisa", ou não, somos o que?
Muito teóricos, né? Então foda-se Darwin, Einstein, Newton, Maquiavel. Foda-se Kant. Foda-se o francês que estudou, se graduou, se titulou e desenvolveu o seu confortável Peugeot. Os acadêmicos não servem para nada. Para que nos esforçamos para estudar, escrever, pesquisar, se 1 Millôr Fernandes vale dez mil desses. Somos uns otários. Charlatões. Se as pessoas descobrirem isso vão parar de fazer faculdade e aí nós estamos fudidos. Se bem que os otários são aqueles que pagam para nos ouvir.
É por estas e outras que nosso país elege governantes como os atuais e vai ficar assim enquanto alguns enaltecerem alguns papéis e algumas realizações em detrimento de outras.
Pense à vontade. Mas pense algo: se não for eu, e mais meia dúzias de ph "qualquer coisa", se preso, vai andar na parte de trás do camburão. Se não for por mim, e mais meia dúzia de ph "merda nenhuma", não vai obter o "diproma" e, sem ele, vais fazer o que? Tente trabalhar na ONU, OEA ou para El Magnífico Rey de España. Já sei, vai continuar livre-pensando e lendo muito Millôr. Aí, agradeça a professorinha do pré, que te ensinou pelo menos a ler.


Postado por Clausewitz com Limão às 7:28 PM

Concordo com o prof. Rafael Ávila em alguns pontos, discordo em outros. Quando afirmei que um Millôr vale mais que dez mil pós-doutores, esqueci de dizer que vale mais para MIM.

É que, pese os indiscutíveis avanços da ciência em benefício da humanidade, acho chato ler tese disso, dissertação daquilo, porque a maioria delas é uma repetição meio sacal de autores que são citados quase obsessivamente. A preocupação com a correção das fontes supera o espaço para a criatividade do texto quase sempre.

O que me incomoda na academia não é o conhecimento nem os benefícios oriundos dele. Nem o esforço de quem rala pra obter títulos, diplomas e seja lá o que mais inventarem para dizer nas apresentações de palestras.

O pernilongo da coisa é que a academia universitária termina por cometer os mesmos equívocos de postura que as religiões. Criam ritos iniciáticos, decidem regras de mérito e impregnam-se de uma torrente de dogmas, mas não entregam nunca o paraíso que prometem.

A diferença entre um doutor brilhante e um livre-pensador brilhante é apenas ritualística. Não há como mensurar, por parâmetros meritórios, quem é melhor que quem. Mas a academia, de modo geral, se considera melhor. Porque há, depois dos rituais iniciáticos adequados, o papelzinho que autoriza alguém a dizer as coisas em nome do senhor conhecimento.

Menas, né..menas.

A coisa que pega é ver doutores em Letras que não sabem falar o idioma que ensinam, doutores em sociologia que apenas repetem o discurso mítico guevariano e muitos e muitos pós-doutores que jamais colocaram as doutas ancas numa cadeira de empresa e cismam de ensinar administração, ou mkt, ou seja lá o que for.

Justamente alguns doutores acham lindo o Luis Inacio não ter diploma.

Justamente alguns doutores criaram o gás mostarda, a bomba atômica e a câmara de gás.

A cadeira elétrica.

Freud não era doutor, era médico graduado.

Carlos Drummond, José Saramago, nunca foram.

A professora que me ensinou a ler foi minha babá, que nem tinha segundo grau ( sim, eu nasci pequeno-burguês, não graças a deus, mas graças ao esforço do meu pai).

Tem a academia do bem e a academia do mal.

Vá a uma palestra nalguma universidade para comprovar essa mumunha. Começam pelo puxa-saquismo ao palestrante, é claro. Sempre fulano é brilhante, mestre naquilo, doutor naquiloutro, Phd e o escambal, pessoa do bem, gracinha de menino, etc, etc, etc.

Aí, mais das vezes, vem a palestra previsível, com milhões de citações de outros fulanos, que na verdade servem para que a platéia suponha que o palestrante realmente sabe do que está falando e leu todos aqueles livros.

É mais desfile de ego retórico que destilação de conhecimento interessante, rico, estimulante, memorável.

Há exceções. Claro que há. Mas são, pessoa leitora, exceções.

Não sei quem é mais pseudo-intelectual. O doutor estreito ou o não-doutor amplo. Mas dizem que os pseudos são aqueles pobres diabos que não passaram pelos ritos autorizatórios da academia.

Pois digo que se pseudo é o que falsamente se pretende ser algo que não é, vejo mais pseudos nas universidades.

Como disse certa vez um brilhante aluno de Letras em Coimbra, nos idos dos anos 90, a um palestrante doutor que girava ao redor de seu próprio ego..." pois deixa-te a petulância de lado, tira estas misérias de diplomas da boca e fala alguma coisa de serventia, ó pá".

Boa parte dos acadêmicos quer , na verdade, transformar sua paixão intelectual em solidez infalível. É como uma corrida enlouquecida, onde o que se pretende, de fato, não é ensinar, mas ser mais foda que o outro, ser o supra sumo da vez, publicar mil textos em mil lugares, para, no futuro, deixar de citar e passar a ser citado.

A academia vira uma corrida de revezamento de papagaios.

A preocupação não é se o aluno aprende, ma se ele admira quem, em tese (opa), está ensinando.

Tem academia que parece mais gincana dos anos 80.

Por isso que, para euzinho, Millôr, Saramago e Cervantes dão de goleada.

São universais, porque sem amarras dogmáticas.

Curiosamente, hoje é a Universidade que reproduz aos não-doutores a máxima de Carlos V, que condenava "esa funesta manía de pensar". Falta atrevimento na academia.

Que possam pensar e dizer o que pensam os não iniciados na ritualística dos magisters.

Por isso, vale mais um livro do Millôr nas mãos que mil teses esvoaçantes na estante.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Eu me recuso a ter piu-piu.

O ser humano é o bípede mais esquisito dessa parte do universo mesmo.

Reparem na dificuldade da nomenclatura genital. Ou os nomes e apelidos são chulos, ou ridículos ou científicos demais. Encontrar um nome bonitinho é dureza ( OPAAAAA).

Bom.


De todos os nomes, o mais inaceitável já lhe dão logo na infância.

Piu-piu.

Imaginem vocês a bagunça que se arma na cabeça da criança quando ela aprende que tem piu-piu ou perereca.

Cara, ou dizem que você tem uma ave ou um anfíbio entre a coxa esquerda e a direita.

O problema é que logo logo os coleguinhas da escola começam a ensinar os nomes ocultos do piu-piu e da perereca. Aí vem o salto cruelzão do ridículo pro chulo, sem grau de escala.

O seu piu-piu de repente vira pau, cacete ou caralho.

Onde está a gradação linguística da coisa, pessoal, onde está a passagem lírica pra realidade do lance...

Então, a saída é começar a batizar por conta própria o seu pênis. Aliás, eita nomezinho científico mais constrangedor né..pênis..repita aí em voz alta...pênis..sem glória nenhuma, sem poesia, sem encarnar o troço que representa. Mistura de penne com tênis, nada a ver.

Então voltamos aos nomes próprios...joão teimoso, bilau, marmanjão, cumpanhêru ou flipper.

Das mulheres então, imaginem vocês, deve ser mais complicado ainda...as mais doutrinadas evitam dizer perereca ou vagina, que também é péssimo, parece terminação de sal de remédio.

Elas dizem simplesmente> lá. Fulano me beijou...lá. Passou a mão...lá. Tou com um problema..lá.

Vamos então achar nomes mais fofos e afetivos pros perus e pras prexecas, pessoal. Sugiram por mail que eu vou divulgando aqui os mais legais e interessantes.

Afinal, se esses dois quase sempre vão se encontrar mesmo, é melhor saber o que está dentro de onde pra facilitar a narração, ora pipocas.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

A Azeitona na Empada

Tem troços que são naturalmente bons, mas o ser humano consegue piorar.

Degustar uma boa azeitona espanhola, é uma delícia. Desde que ela, a azeitona, seja a protagonista da coisa.

Aí vem o bípede e começa a inventar.

Sabe-se lá quando, um dia, alguém cismou de socar uma azeitona dentro da empada.

Até então a empada era deliciosa, plena e ninguém devia reclamar dela. Algum tatu humano deve ter achado que ficaria mais chique meter a azeitona lá, apertada entre a massa e o frango.

Pior, azeitona com caroço. O troço destrói molares, contamina TUDO da empada e além do mais te mata de susto. Você vai com boca pra coisa macia e praticamente mastiga uma pepita.

Pronto, ferrou-se a empada. Porque a azeitona tem gosto intenso, muito dela, e acaba contaminando tudo, pô.

A empada deixa de ser empada e vira uma ode à azeitona, que atropela a glória da carne galinácea e vira ditadora do paladar.


Luis Inacio é uma azeitona na empada do Planalto.


A diferença básica é que em vez de cuspir o caroção dessa azeitona infeliz, a academia, parte da imprensa e as pessoas que tem boquinha em cartão corporativo ficam pagando boquete pra empada populista.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A defesa do livre pensamento

Nenhum pensamento é livre ou isento, de fato. Mas convencionou-se chamar livre-pensamento, com ou sem hífen, ao pensamento edificado fora da academia ou, pelo menos, não chancelado por ela.

O livre-pensamento pode ser leviano? Pode, evidentemente, mas a academia também e mais ainda, porque têm reconhecimento do MEC.

Pode-se ser leviano com chancela oficial, não é mesmo, Marilena Chauí?

Millôr Fernandes, livre-pensador, vale por 10 mil pós-doutores, acho eu.

Porque ele pensa de A a Z.

E é conciso. Não fica no onanismo textual.

E o que eu acho não preciso provar empiricamente coisa nenhuma. É doxa, filhos. Meus pensamentos, agradem ou não, não são macaquinhos de teste, não são reduzidos a tabelas, a fórmulas matemáticas nem estão sujeitos a banca nenhuma.

Gostem ou odeiem, mesmo não isenta, minha cuca é livre. Ou tenta ser. E isso enche o saco da maioria, por quê?, ora pipocas, porque a maioria precisa de trilho, consentimento e papel passado.

A maioria precisa de um deus, ou vários.

É mais cômodo, claro, ser papagaio com aprovação que matraca incômoda.

Sou a matraca, ok, pero doy la cara al bofete.

Isso dito, eu mesmo me autorizo. A quê? A livre pensar.

E você é livre para ler (ainda).

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A Maionese é Porca

A maionese é uma excrecência. Diria eu, aliás, a maionese é feia, medonha, deselegante, porca, patê fajuto feito na preguiça, lambança desleixada de antigourmand.

A maionese é um nojo.

Ela é criminosa porque mata amores que poderiam acontecer, quando algum infeliz do casal no primeiro encontro tem a péssima idéia de comer seja lá o que for com maionese.

Aquela babinha branca na lateral da boca.

A maionese torna o beijo inviável.

A maionese é o aborto de requeijão catupiry. É o que ele, requeijão, seria se natimorto.

Também, ovo cru com óleo. Óvulos com lipídios. Eca.

Isso dito, please, poupem-me da cena escatológica da maionese na pizza.

Porque logo logo imagino o Luis Inacio comendo de boca aberta pedindo pra Galega botar mais macarronese no prato porque ele ainda não tá cheio.

Socorro mamãe.

poemasmeus- 8

fúria em flor dos meus dias,
adormece no colo dela,
arrebata o acolhimento, deita o sal,
faz teu momento,
descaminha toda rota, açoita o tempo
aniquila os traços das mãos,
derrama meu mar, naufraga tudo,
faz meu verbo ser mais mudo,
rodopia todo abraço,
três tulipas em profusão,
fúria em flor dos meus dias,
traz a crença no improvável,
deita o mundo,
cega a faca,
flamenqueia o sol
e
dorme.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Mamãe, quero meu cartão corporativo.

Minha terra tem palmeiras
Mas roubaram o sabiá
pra vender em gaiola dourada
Pra granja do Torto,

Foi pago, o alado,
Com cartão corporativo
Sem carimbo, sem recibo,
Pra preservar a segurança nacional.

Minha terra tem bandidos
A quem canta o sabiá
Não permita eu que eu morra
Sem poder sair de lá.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

COVARDIA

amor covarde é o que deixa atrás de si almas famintas e desastres em fúria de mágoa.

é o amor só, por si.

amor covarde nem arde em que vai, arrebenta é no quem fica.

é o amor, só por si.

amor covarde não é aquele que não se apresenta,
antes,
apenas representa e forja o que jamais seria,

é, o amor só por si.

não ir

não ir pode ser
abortar as possibilidades todas
de perder, de doer, de faltar,
de amar, de querer, de levar,
de sempre e de novo querer ir
e nunca mais ter
ao que voltar.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Conselhos confessionais- 1

Minha filha, se o seu Homo não é Sapiens e muito menos Erectus, acabe logo com essa mumunha e evolua.

Frases soltas-6




E tem gente que acha que relação está mais para o ato de relar algo nalguma coisa que entender a arte da cortesia negociada.

Opções.

Não há o melhor ou o pior, há o diferente.


Sei.


Mas há o diferente execrável, o diferente louvável e o diferente indiferente.


Se a coisa é optar, dou-lhes as possibilidades:


Ouvir o último disco da ex-dupla Sandy e Júnior ou encarar Lágrimas Negras de Bebo e Diego el Cigala.


Deleitar-se nas areias de Guarapari no carnaval, com a exemplar conduta de educação coletiva tropical ou encarar Punta del Este durante a páscoa.


Dançar o créu ou bolerar.


Colocar maionese em pizza ou encarar salmão ao mel e shitake.


Investir 10 mil reais numa Parati que vale 8 mil ou comprar livros na Cultura.


Acreditar em Luís Inácio ou ter a satisfação da certeza que todos morreremos um dia, inclusive ele.

Ler poesia concreta ou passear pelas letras de Voltaire.


Achar Frei Betto supimpa ou frequentar tertúlias maçônicas.


Gostar da Regina Casé ou ter saudades do Paulo Francis.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

10 mandamentos, o grande negócio...

Degustem, vejam e ouçam, irmãos e irmãs.

http://www.youtube.com/watch?v=CF1-IS0yDCs

Neolatinus neologismus lenguae nova

Qui in Lula votam, anca generosa est.

Frase solta 4 ( para as moçoilas tristes que terminam namoro em carnaval)

Vão-se os namorados, ficam-se os dedos.

Poemasmeus- insuportável.

ainda que brilhe nalgum canto,
nalguém,
nalgumas letras,

ainda que seja eu memorável,
inesquecível nalgum recordo,
passível duma foto guardada,

que seja eu um amor de anos a fio dentro do mais guardado segredo,


sou insuportável,
arredio,
ágrio sem doce,
um garfield esfarrapado,
um pessoa moribundo,
um trapo no chiado,
o nada
do poço oco do mundo,

às vezes,

sou cinza, metálico,
soluço inadequado,
zumbido persistente,
pintura inacabada, rastro de nada
nem pó, nem caminho, não estrada,

a fuga da escapatória,

o bode expiado e findo,

o atalho equivocado, o engano lindo,

a dissolução da matéria, a erva ingrata
a pura francesa miséria,
a antitraviatta,
a rede sem lastro,

o contrário do alabastro,
a dor em colibri,



sozinho não é
descompanhia,

sozinho é
resiliência
esparramada dos dias.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Aos vegetarianos

É assim, muito melhor mesmo, evitar as carnes, para prolongar a vida e melhorar a saúde.

Mesmo que seja uma vida mais longa para comer rúcula, melancia, aipo e abobrinha.

Mas, queridos vegetarianos, reflitam comigo um troço, uma minúcia, um trequinho bobo.

As centenas de milhares e milhares de gerações de pulgões ( como já disse o sábio Sr. Polatscheck), seres diminutos e outros bichículos que vão pro beleléu por causa das saladinhas hein...tsc,tsc,tsc.

Ser vegetariano é legal, mas não é garantia de santidade.

O vegetariano militante é uma espécie de freibetto do sacolão.

Acha o máximo, humildemente, ser ele mesmo.

Poemasmeus- precipitação

chove,
tudo neblinou-se,

acontece no verão.

de golpe,
o céu prantaprateia-se,
deixa-se cair em nós,

vem a preguiça
de tanta sustentação,

chove,
chove,
mas há, sempre há,
alegrias de chuva
e transbordamentos de letras.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Lugares e seus lances.

- Sevilla, em abril, é adorável. Caminhar pelo Parque de María Luiza.

- Tiradentes, quando vazia de turistas e quando não há festival algum, seja de comida xexelenta ou de cinema para entendidos ( de cinema).

- Paris, se fosse possível retirar a população nativa, seria melhorzinha. Um saco de estacionar o carro, seja onde for. Vá de metrô ou táxi. Ah, fale em inglês sempre que puder, eles ficam irritadíssimos e te servem mais rapidamente pra vc ir embora logo.

- Bratslava, nada pra fazer, nada, mas tem corais decentes e os doces do lugar são bons.

- Sabará tem uns pratos com ora pro nobis bem legais. Aquele troço de comida mineira, meio nojento de ver mas gostoso de comer e megahipercalórico.

- Viena, cidade supimpa, irretocável. Aliás, a Áustria é tudo que a Alemanha jamais conseguirá ser.

- Chester, Illinois. Ciadezinha de 2 mil habitantes, à beira do Misissipi. Todo mundo lá trabalha no presídio de segurança máxima onde dezenas de serial killers matam o tempo. O criador do Popeye nasceu por ali.

- Hawai. Praticamente como entrar dentro de uma enorme vasilha de salada de frutas, com vista pro mar. Os tremores de terra podem ser legais durante o vukovuko da lua de mel.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008