O sujeito que quase sempre viveu na pindaíba da realidade majoritária, salarinho mirrado, vida apertada e busão ídem, vive agora um troço diferente.
Empolgou-se.
Tem mais acesso ao crédito, mais prazo, mais ofertas.
O país transformou-se num grande mercadão, onde vende-se tudo fiado. Aí, vai lá o caboclo, comprando o que pode com a grana que não tem, dividindo os badulaques em 30 x sem juros*, a geladeira, a moto 150 cc, o armário da cozinha e, claro, uma tv de plasma pra ver melhor os gol de bicicreta do time amado. Ele quer matar a fome represada de acesso ao consumo.
Quando o crédito acaba, tem pobrema não, pega consignado da aposentadoria mirradinha da mãe, do pai, da tia-avó.
Fôdaz.
Bom.
Não precisamos ser muito extensos, digamos assim, mentalmente, para antecipar o balacobaco que var dar essa ilusão crediária. Anotem aí, seres queridos, vai ter quebradeira de comércio e muito banco irá junto. Previsão> novembro de 2010.
O pior disso é que vai edificando-se uma sensação equivocadíssima de que tudo vai bem, cada vez melhor, obrigado. As trombetas do ufanismo brazucão soam através da boca furiosa do crédito irresponsável.
O crédito é o ópio do povo, dividido em 30 vezes no cartão.
A populaçãn, além de majoritariamente pobre, será endividada. Já é.
Aí, já era.
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