sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A Geração anos 70 e o casamento

Quem nasceu nos anos 70 perdeu-se entre a geração das mamães que se casaram virgens ( do orifício oficial, digamos assim) e da moçada pós-80 que beija 9 bocas numa noite só. Pois é, aí aconteceu esse mal estar coletivo, essa coisa de vou-num-vou dos senhoritos e senhoritas que hj têm entre 30 e 40 anos. Nenhum dos meus amigos que se casaram continua casado.

Com exceção de um casal que ainda convive sob o mesmo teto ( e que nao se casaram, talvez por isso a coisa funcione menos mal), as uniões que eu presenciei esfacelaram-se.

Parece que o modelão de casamento dos nossos pais e avós ( não venham me falar que nossas avós sim sabiam amar, porque as coitadas eram cornas obrigatórias durante o namoro, durante o noivado e mais ainda durante o casamento, pois a virgindade imposta pelo dogma religioso escravizou dezenas de gerações e os homens sempre acharam "normal" extravasar por aí) não coube dentro de nós. Nós inventamos a ficada nos anos 80...aquela coisa de beijar por esporte, sem pedir afetividade nem compromisso na coisa.

Criamos um novo modelo de variância, mas não soubemos arcar com a falta das garantias do amor que aprendemos que era o certo.

Quem nasceu nos anos 70 é como um velho pc 386 tentando rodar o windows Vista.

Tenho alguns palpites...acho por exemplo que esse troço de compartilhar banheiro deve ser algo horrendo. E os detalhes alteram as estruturas, como sabem.

Um conhecido me disse certa vez que " casar é pedir eternamente perdão por cada pum que se solta".

Se calculamos, por baixo, que a média de puns diários do ser humano brazucão que come, entre outras coisas, ovo, arroz, feijão e uma saladinha seja talvez de uns 3 petardos mais intensos a cada 24 horas, puxa, os casados tem que pedir perdão demais.

Acredito no amor, acredito no romance, acredito no potencial de construir uma vida a dois
com bases sólidas e projetos bacanas. Mas se pretendemos ter a exclusividade sobre as alegrias do outro e sobre os desejos alheios a nós, fracassaremos sempre.

O casamento tem sido um exercício de posse e prepotência.

Quero mesmo o bom romance que se renova sempre, porque pretende pouco e simples.

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