segunda-feira, 27 de julho de 2009

poemasmeus8873

minha língua me arde
e queima o mundo,
chicote de carne, látigo
profundo, flecha certa
contra o enorme muro do óbvio;

minha língua me escapa
e lambe sabores de rareza,
minha língua te beija
carnes e perfumes,

minha língua não reza;

assim no tão longe de tudo
minha língua é aspereza
e te apavora,
minha língua também chora
todo amor guardado dela;

minha língua não foi-se
dar com línguas de quimera;

minha língua diz do amanhã
em quando onde
minha língua doce era.

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