terça-feira, 9 de setembro de 2008

poemasmeus- 855





esvazio-me amores de ontem
e bebo do ventre perfumado dela;

toda dança naquela pele
me flutua o dia,
é como era
ver de pequeno
o primeiro cavalo-marinho;

o sabor do absurdamente novo,
a cor bem-vindíssima,
a recrença no credo
perdido de mim;

assim, saída do amanhã,
ela vem recolhendo
meus sinais de anteontem,
minhas faces fotoelias,
meus keds, meu almanaquedisney,
meus aromas mirabel;

comer daqueles lábios
será
provar muito de mim,
mas com outra língua
noutro céu de boca,
meus sabores interpretados,
todas as letras em melangé;

quero a doce confusão
daqueles olhinhos de bom tumulto;

amor novo que vem,
que seja muito
tudo
seu lago em mim.



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